quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Dólar fecha a R$ 1,70, menor taxa em 13 meses; Bovespa ganha 0,49%

da Folha Online

O mercado de câmbio doméstico finalmente testou a taxa de R$ 1,69, por poucos minutos no expediente desta quinta-feira. Captações externas de empresas brasileiras, e a perspectiva de mais IPOs (lançamentos de ações), o que costuma atrair capital estrangeiro em peso, derrubaram as cotações desde o fechamento de 3 de setembro de 2008. A data é anterior ainda à pior fase da crise financeira global, marcada pela quebra do banco Lehman Brothers.

Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) avança 0,49%, aos 66.522 pontos. O giro financeiro é de R$ 5,60 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York sobe 0,15%.

Nas últimas operações do mercado, o dólar comercial foi vendido por R$ 1,700, em um decréscimo de 0,17% sobre a cotação final de ontem. A desvalorização acumulada neste ano chega a 27,2%. Hoje, os preços da moeda americana chegaram à mínima de R$ 1,699. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi negociado por R$ 1,800, em baixa de 0,55%.

Apesar do ganho acumulado na Bolsa de Valores de quase 80%, e da perda de quase 30% no caso da taxa cambial, os agentes financeiros continuam a "surfar" na onda de notícias favoráveis que assola o mercado, tanto a respeito da economia internacional e brasileira.

Entre os destaques do dia, os gigantes financeiros americanos Goldman Sachs e Citigroup apresentam lucros em seus balanços do terceiro trimestre, contrastando com os pesados prejuízos registrados no mesmo período de 2008 (início da crise financeira internacional).

No front doméstico, depois que o Ministério do Trabalho revelou que em setembro houve a maior criação de empregos do ano, o IBGE mostrou que as vendas do setor varejista cresceram pelo quarto mês consecutivo. Em paralelo, várias entidades privadas apontaram para uma queda nas taxas de inadimplência.

Perspectivas

O gerente da Confidence Câmbio (especializada em câmbio turismo), Felipe Pellegrini, não descarta a possibilidade da taxa cambial chegar a R$ 1,60 "num momento de euforia no mercado". "Com certeza, o mercado deve testar a cotação de R$ 1,65 nos próximos dias", avalia o profissional da mesa de operações da corretora.

Pellegrini atribui a desvalorização das taxas de câmbio por conta do forte ingresso de recursos para a Bolsa de Valores. Até o pregão do dia 9, os estrangeiros deixaram R$ 20 bilhões no mercado brasileiro de ações. "O Brasil ficou mais atraente para esse investidor com a classificação de 'grau de investimento' por três agências [Moody's, Standard & Poor's e Fitch]. Ele enxerga o país como uma economia muito estável", afirma.

Ele tem dúvidas, no entanto, se a cotação de R$ 1,60 deve se manter. "O dólar a R$ 1,60 não é positivo para a economia nacional. Vai travar as exportações, que deixam de ficar competitivas, aumentando o volume de importações, o que pode trazer a taxa para um nível mais equilibrado", avalia. Ele afirma que o dólar deve oscilar entre R$ 1,70 e R$ 1,80 no final de ano, justamente um período em que as remessas para fora do país devem aumentar.

Para os interessados em viagens ao exterior, ele recomenda que não esperem o dólar cair mais para comprar. "Quem quer viajar para o exterior planeja com antecedência de seis a sete meses. Pense bem: há seis, sete meses o dólar estava a que preço? De lá para cá, o turista teve um lucro de 25%, o que já está muito bom", comenta. "Não vale a pena se arriscar", acrescenta.

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